Tentemos domar essa fera – 4ª Parte
Porque a Bíblia faz severas advertências
Se Deus, através da sua Palavra, adverte-nos de forma insistente quanto ao uso disciplinado da língua, significa que, o que falamos pode ter consequências eternas.
É importante notar que doenças não separam amigos, crises das mais diversas não separam amigos, mas uma fofoca ou um boato, podem ser suficientes para separar os grandes amigos. “O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos“. (Pv 17:9).
A língua é uma influência muito maior quando usada para o mal. Costuma-se dizer que uma boa notícia vai a cavalo, demora para chegar, porém a notícia má chega rápido, vai de avião, com muito mais rapidez.
Esse problema é tão antigo quanto o homem. Os primeiros registros de boatos na História, com objetivos dos mais diversos vêm da Roma antiga. Eles eram uma forma eficaz de atingir adversários políticos. Júlio César costumava lançar mão desse expediente, pagando pessoas, a peso de ouro, para que espalhassem que esse ou aquele senador estava participando de uma conspiração contra Roma.
A palavra boato vem do latim “boatu”, que significa mugido ou berro de boi…
Uma metáfora para dizer que determinada intriga estava sendo bradada aos quatro ventos.
Na civilização grega, anterior à romana, os boatos já existiam, mas não tinham tanta importância. “Na Grécia antiga o que valia era a palavra pública, assumida, ou então a acusação não se mantinha”, observa Antônio Medina Rodrigues, professor da USP.
Todos que almejam aprofundar sua comunhão com Deus e estreitar essa relação de acordo com a Sua Palavra, certamente estarão perguntando: “Será que meu fraco maior está nesta área?” Como saber se estamos bem ou não no que diz respeito a “disciplina da língua”? A melhor maneira para crescer na vida espiritual é olhar para a Palavra de Deus, como quem olha para o espelho, ou seja, termos a humildade de reconhecer os próprios erros.
Veremos agora alguns grupos que não tem a sua língua domada:
– Os Escarnecedores, ( Pv 13:1; Jd 17-19).
“O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão“. (Pv 13:1)
“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais que não têm o Espírito“. (Jd 17-19).
Segundo Aurélio, escarnecer é zombar, ludibriar, desprezar, etc. As vezes, sem perceber, começamos a fazer dos hábitos e dos defeitos das pessoas, motivos para “piadinhas maldosas”, que com frequência ferem e causam sérios problemas na comunidade.
Hoje é comum ouvirmos “piadas evangélicas”. O grande erro que se comete é colocar os nomes e expressões sagradas de forma leviana nestas “piadas”. Não devemos brincar com o nome de Deus, de Jesus e do Espírito Santo. Deveríamos ser mais prudentes ao dizer, “O Sangue de Jesus tem Poder”. Esta e outras expressões não podem ser usadas de forma leviana, é pecado de impiedade se o fizermos. Escarnecer é sinal de veneno na língua.
– Os cochichadores, (Salmo 41: 7).
“Meus inimigos cochicham contra mim em grupinhos. Fazem planos contra mim e espalham mentiras“. (NTLH)
Cochichar é falar em voz baixa para não ser ouvido, é murmurar, falar ao pé do ouvido. Há os que se aproximam do grupo, e cochicham dizendo: — “Vou falar isto para vocês, mas não é para “fofocar” e sim para orar”. Tem muita gente difamando, soltando boato “em nome da oração? Aqueles que desejam realmente orar pelo irmão envolvido em problemas não saem cochichando o problema do irmão para os outros. Não se esqueça que, “aqueles que encobrem a transgressão adquirem amor, mas os que trazem o assunto à baila separam os melhores amigos.” (Pv 17:9).
– A falsa testemunha, (Êx. 23:1).
“Não admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa“.
E comum ver pessoas se apresentarem para testemunhar, quando não estavam presentes, não viram, apenas ouviram, e mesmo assim querem dar testemunho, que quase sempre é falso.
– O intrometido, (1 Pe4:15).
“Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se intromete em negócios alheios;…”
Pedro chama de “abelhudos” os que se intrometem em negócios alheios sem que sejam chamados. As vezes ouço pessoas perguntando: — “Por que aquele irmão, está sempre envolvido em problemas na comunidade?” Todos que têm o hábito de se intrometer nos negócios alheios estarão envolvidos em problemas e sofrendo desnecessariamente.
– Os difamadores (Jd. 8).
“Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores“.
O salmo 15 começa com duas perguntas sobre a comunhão. A resposta a estas perguntas, do homem que pode entrar em comunhão com Deus, descreve-se positiva e negativamente, pois a retidão abrange não somente o que alguém faz, mas também aquilo que evita fazer.
– Os murmuradores, (1 Co 10:10)
“E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor“.
Os que murmuraram contra Moisés foram considerados como inimigos de Deus, porquanto Moisés era o seu grande representante. Certamente também assim sentia o apóstolo Paulo no tocante aos murmúrios dos Coríntios contra a sua autoridade apostólica, quanto às calúnias que vinha sofrendo às mãos de alguns dos crentes daquela comunidade cristã.
Geralmente encontramos pessoas que nunca estão satisfeitas e aproveitam qualquer oportunidade para manifestar seu descontentamento com o país, com o governo, com a família, com a igreja. São os que fazem da reclamação o centro de todas as suas conversas. É impossível que gente assim prospere em sua vida.
– Os gritadores, (Ef. 4:31).
“Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós,”
No grego “gritaria” é “krauge“, que significa literalmente, “clamor”, “grito”, mas que figuradamente é usado para indicar os acontecimentos e as condições lamentáveis, como a “morte de Jesus”, “a aflição da mulher no parto”, etc. Mas neste texto, indica “as explosões” “cólera”, que geralmente se manifestam em gritos clamorosos. Vê, se aqui o espírito iracundo dando vazão ao seu ódio e amargor.
– Os praguejadores, (Tg 3:9 – Hb 12:15)
“Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus“.
“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem“.
Segue uma lista de, algumas, frases que, em algum momento escaparam de nossa boca, mas que jamais deveriam ter sido pronunciadas por nós.
“Arrependo-me de ter casado com você“.
“Você é uma cruz para mim“.
“Quando você casar, sua vida será um inferno“.
“Esta casa é um inferno“.
“Que o diabo te carregue“.
“Que vida desgraçada é a minha“.
“Seu diabinho, capetinha“.
“Quero que você morra“.
“Estes filhos são pragas“.
“Sua besta“.
“Seu burro“.
“Imbecil“.
“Você parece um “mariquinha“.
“Você está igual a um sapatão“.
E sempre bom lembrar Provérbios 18:21, “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto“. Tem muita gente vivendo uma qualidade de vida péssima, e a causa disso está nos pecados da língua. Que bom se todos decorassem e colocassem em prática, este verso: ” O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias“. (Pv 21:23).
Adaptado: A Língua – Domando essa fera (Josué Gonçalves)