Devocional lição 12/ 1ºtrim 2017, Quarta-feira – O amor precisa ser sincero.
Romanos 12:9
“O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”.
Até aqui na carta de Paulo aos Romanos, ele se referiu ao “ágape” como sendo o amor de Deus – derramado na cruz, derramado em nossos corações e decidido a não nos abandonar apesar do que somos. Agora no capítulo doze, ele enfatiza o “ágape” como essência do discipulado cristão. E do versículo nove ao dezesseis do capítulo doze, ele dá a “receita do amor”.
- O amor deve ser sincero (9a). A palavra “sincero” significa “sem hipocrisia”. No grego original, o “hypokritês” era o ator que participava de um drama. Mas a igreja não pode transformar-se num palco. Não podemos fingir que amamos.
- Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom (9b). O amor não é esse sentimento cego que se costuma pintar. Pelo contrário, é um sentimento perspicaz. Ele se doa com tanta paixão ao objeto amado que todo e qualquer mal que seja incompatível com o seu supremo bem-estar passa a ser objeto de seu ódio.
- Afeição. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal (10a). “Dediquem-se” é a afeição natural que sentimos pelos nossos familiares, “tipicamente, o amor dos pais por um filho”. Mas Paulo, porém, dá aqui uma nova conotação, referindo-se ao afeto carinhoso e cordial que deveria unir os membros da família de Deus.
- Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios (10b). O amor na família cristã deve expressar-se em honra mútua, como também em afeição mútua. O que se espera de nós é que concedamos uns aos outros a mais alta honra possível.
- Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor (11). Quando se trata de religião, literalmente o “entusiasmo” é considerado fanatismo. Quando Paulo exorta os romanos a não esmorecerem no zelo, o que ele tem em mente é algo bem diferente, pois o zelo só é valido se for de acordo com o conhecimento. Ao dizer-lhes que sejam “fervorosos no espírito” é quase certo que ele esteja se referindo ao Espírito Santo.
- Paciência. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração (12). No cerne deste trio está a referência à esperança, a saber, a confiante expectativa que os cristãos alimentam quanto à volta do Senhor e a glória que virá.
- Compartilhem com os santos em suas necessidades (13a). O verbo compartilhar é participar nas necessidades e sofrimentos dos outros, como repartir os nossos recursos com eles. Significa generoso. Faz-nos lembrar a igreja primitiva, no sentido de que repartiam suas posses com aqueles cujas necessidades eram maiores do que as deles próprios.
- Pratiquem a hospitalidade (13b). Se com os necessitados devemos ser generosos, com os visitantes temos de ser hospitaleiros. Paulo não exortou os romanos a que “praticassem” a hospitalidade, mas, muito mais, a “seguirem” a hospitalidade.
- Boa vontade. Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem e não os amaldiçoem (14). Apesar de os nossos perseguidores se encontrarem fora das comunidades cristãs, mesmo assim a exortação quanto a abençoá-los é um desafio necessário para o amor cristão. “Abençoar” e “amaldiçoar” são o contrário um do outro. Se o primeiro é desejar o bem a alguém, o segundo é desejar-lhe o mal, aquilo que venha a prejudicá-lo.
- Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram (15). O amor nunca se mantém longe das alegrias ou das dores dos outros. O amor identifica-se com eles, canta com eles e sofre com eles. O amor vive profundamente nuas experiências e emoções, compartilha de suas gargalhadas, chora suas lágrimas e mostra-se solidário com eles, qualquer que seja o seu estado de espírito.
- Tenham uma mesma atitude uns para com os outros (16a). No grego, a frase diz literalmente: “Pensem a mesma coisa um em relação ao outro”. Isto é, “sede unânimes entre vós” e assim “vivam em concordância uns com os outros”. Sem essa comunhão de mente nós não podemos viver ou trabalhar juntos em harmonia.
- Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios a seus próprios olhos (16b). Um dos piores tipos de orgulho é o esnobismo. A pessoa esnobe vive obcecada com status, com a estratificação da sociedade entre “classe alta” e “classe baixa” ou em sua divisão entre tribos e castas distintas e, consequentemente, preocupada em selecionar as pessoas com quem anda.
Que quadro impressionante do amor cristão, esse que Paulo nos dá! O amor é sincero, sensato, afetuoso e respeitador. É ao mesmo tempo entusiasmado e paciente, generoso e hospitaleiro, benevolente e compassivo. Tem a marca da harmonia, assim como da humildade. As igrejas cristãs seriam comunidades muito mais felizes se todos nós amássemos uns aos outros dessa forma.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Fonte: A Bíblia fala hoje – Romanos (John Sttot)