Um chamado ao arrependimento.
Apocalipse 3: 19
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te”
Sou do tempo em que os pais podiam, e até eram incentivados, aplicar a correção nos filhos sem nenhum constrangimento. E destas pessoas do meu tempo, tenho certeza que nenhuma delas está, ainda, indignado com a correção. Assim como eu, todos os que, algum dia foram corrigidos pelos pais, estão agradecidos pelas “varadas” ou “chineladas” recebidas. Tais correções nos moldaram o caráter e produziram em nós o senso de responsabilidade, ou seja, crescemos sabendo que éramos responsáveis pelos nossos atos, sobre nós, viria a correção caso agíssemos de maneira errada.
“E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.”
Na verdade, ninguém gosta de ser corrigido, e a princípio, abomina tanto a correção como quem a aplica, e, hoje, quero falar sobre dois aspectos de como a correção pode ser vista. A correção, em primeiro lugar, pode ser vista estritamente com um castigo aplicado em virtude de uma ação equivocada. Neste sentido, tanto o que corrige como o que é corrigido, tem pleno conhecimento das penalidades que sofrerão os que transgredirem as “regras”, e mesmo que a correção seja dura e implacável, ela, jamais será aplicada injustamente. E quando vemos a correção estritamente como um castigo somos impedidos de crescer intelectualmente, moralmente, socialmente e espiritualmente, tornamo-nos pessoas imaturas, irresponsáveis e mimadas, e o nosso coração torna-se terra fértil para inúmeros sentimentos infelizes e desprezíveis. A correção vista estritamente como castigo denota um algoz, que aplica a punição sem piedade. A correção vista estritamente com castigo, imprime no corrigido o sentimento de que ele é irreparável e que seu arrependimento não o vai livrar nem amenizar a punição. Quando vemos na correção, somente o aspecto de castigo, sempre teremos a sensação de que aquele que corrige tem imenso prazer e satisfação em nos punir.
Contudo, há um outro aspecto, pelo qual, sempre devemos ver a correção. E quando passamos ver a correção deste ângulo, entendemos a admitimos que não fomos corrigidos o suficiente e que devemos ser corrigidos até ao fim. A correção vista deste ângulo, imprime no corrigido o sentimento de incapacidade, conduzindo-o por um caminho onde, a todo momento, sempre haverá um Braço Forte e Poderoso estendido em sua direção para socorre-lo. Quando defrontamos com a correção e não vemos nela apenas a função de algoz, passamos a entender o quanto aquele que corrige nos ama e quer somente o nosso bem. O objetivo da correção, neste aspecto, não é imprimir dor, tristeza ou choro no corrigido, mas desperta-lo de uma situação indiscutivelmente perigosa e de uma condição iminentemente fatal. Devemos sempre olhar para a correção como sendo um instrumento para aperfeiçoamento e aprimoramento do nosso caráter e personalidade. O metal bruto não é tão valioso quanto a jóia lapidada, e a lapidação nada mais é do que a correção de imperfeições do metal bruto. E, por mais imperfeito que seja o metal bruto, o lapidário jamais o despreza, pois sabe que pode corrigir tais imperfeições.
Neste último devocional da semana, a minha oração é que, a todo momento, deixemos o Espírito Santo nos “lapidar” para que possamos crescer na graça do nosso Deus.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.