A santidade convém à Casa de Deus.
Salmo 93: 5
“Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, SENHOR, para sempre.”
Santidade é um substantivo que pertence ao adjetivo “santo” e ao verbo “santificar”, que basicamente significa tornar santo. Santo, tanto no hebraico quanto no grego, significa separado, consagrado e recriado para Deus. Quando aplicada às pessoas, como os “santos de Deus” ou “santos”, a palavra implica em devoção e assimilação: devoção, no sentido de viver uma vida de serviço para Deus; assimilação, no sentido de imitar, conformar-se a e tornar-se como o Deus a quem se serve. Como crentes, a implicação é que precisamos assumir a lei moral de Deus como a nossa regra e o Filho encarnado de Deus como o nosso modelo.
Há no mundo religioso uma teoria de santificação que, em si mesma, é falsa, e perigosa em sua influência, pois ela diverge completamente dos padrões divinos. Em muitos casos aqueles que professam santificação não possuem a genuína. Sua santificação consiste em um culto mecânico, onde as palavras e a teoria pesam mais que a comunhão.
Aqueles que estão realmente buscando o perfeito caráter cristão, jamais condescenderão com o pensamento de que estão sem pecado. Sua vida pode até ser irrepreensível; podem estar vivendo como representantes da verdade que aceitaram; porém, quanto mais consagram a mente para se demorar no caráter de Cristo e mais se aproximam de Sua divina imagem, tanto mais claramente discernirão Sua imaculada perfeição e mais profundamente sentirão seus próprios defeitos. Ou seja, quanto mais se busca a santificação maior é o reconhecimento da nossa real condição ante a presença do nosso Deus. Buscamos a santificação por que sabemos e reconhecemos de onde fomos tirados e estamos convencidos de que sem a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo estamos irremediavelmente perdidos.
Aqueles que são verdadeiramente santificados não ostentarão sua própria opinião como uma norma do bem ou do mal. Não são fanáticos, nem de justiça-própria, mas ciosos de si, sempre tementes, com medo de que, havendo-lhes faltado uma promessa, tenham ficado aquém do cumprimento das condições sobre que se baseiam as promessas. A verdadeira santificação é uma inteira conformidade com a vontade de Deus. Pensamentos e sentimentos de rebelião são vencidos, e a voz de Jesus suscita uma nova vida, que penetra todo o ser.
Muitos dos que professam santificação ignoram inteiramente a obra da Graça sobre o coração. Quando provados, descobre-se serem semelhantes ao fariseu justo aos próprios olhos. Põem de lado a razão e o juízo, e confiam completamente em seus sentimentos, baseando suas pretensões à santificação nas emoções que em algum tempo experimentaram. São teimosos e perversos em incutir suas tenazes pretensões de santidade, proferindo muitas palavras, mas não produzindo nenhum fruto precioso como prova. Essas pessoas, professamente santificadas, estão, não somente enganando seu coração por suas pretensões, como também, exercendo uma influência para desviar a muitos que desejam ardentemente conformar-se com a vontade de Deus.
A santificação bíblica não consiste apenas em forte emoção.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referência:
Definindo Santidade – J. I. Packer