Deus é glorificado em santidade.
Êxodo 15: 11
“Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?”
O termo hebraico para “santo” é qôdesh, que vem de um radical com a idéia de “cortar, separar”. Mas o sentido teológico do termo é bem mais amplo que apenas algo separado, como se Deus fosse somente distanciado e dessemelhado dos homens. A santidade é integrante da essência de Deus e fonte motivadora de seus atos. Geralmente se pensa na santidade de Deus como estando relacionada tão somente com seu juízo: sendo santo Ele julga os pecadores e os condena, algumas vezes destruindo-os. Este é um conceito de santidade equívoco, como se ela fosse algo negativo para o homem. Deus é santo, mas isto não pode ser visto como a fonte de ameaça e insegurança para os pecadores. Sua santidade é fonte de segurança para o homem, também.
Exemplo disto vemos em Oséias 11: 9: “Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não virei com ira“. Sua santidade era a segurança de uma não condenação: estava dando sua palavra. A santidade de Deus não é, necessariamente, a condenação e o terror do homem.
Sobre a santidade de Deus três afirmações podem ser feitas:
1ª: Ele é santo. Isto é tão óbvio em toda a Bíblia que se torna desnecessário o dispêndio de tempo para argumentação do tema. Limitemo-nos, aqui, pois não apenas as muitas declarações bíblicas bem como as teofanias necessárias para sua revelação já nos mostram isso. Mas fiquemos com o texto de Isaías 6.3, que tem sido mostrado como a declaração tríplice da Escritura sobre a santidade de Deus. Mas não é bem esta a idéia do texto, mostrar o Deus três vezes santo. O que vemos ali são os serafins “entoando um cântico alternado ou um clamor dialogado”. Um par deles grita “santo”, o outro responde “santo” e outro os segue dizendo “santo” e assim continuam sucessivamente. Trata-se do Deus infinitamente santo e não apenas três vezes santo. Isaías compreendeu isto muito bem e é por isso que o seu termo predileto para designar a Deus é “o Santo de Israel.”
2ª: Ele quer ser santificado. Isto é tão real que, na oração modelo, Jesus nos ensinou a dizer “santificado seja o teu nome”. Se Deus é absolutamente santo, o que significa isso? Significa que “Deus quer ser reconhecido como santo, ser tratado como o único verdadeiro Deus, e manifestar assim por meio dos homens a sua própria santidade”. Ou seja, quando pede para ser santificado, Deus quer ser reconhecido como realmente é.
3ª: Ele comparte a sua santidade. Em Isaías 6 vemos que a santidade que aterroriza o profeta, a ponto de exclamar ele que está perdido, é compartida com os homens. Deus toca nos lábios de Isaías o torna santo. Ele chama o povo de Israel à santificação, no Antigo Testamento (Lv 11.44-45), e chama a Igreja de Jesus à mesma atitude, no Novo Testamento (1Pe 1.16). A Igreja é chamada de “nação santa” (1Pe 2.9), título que outrora fora de Israel. A natureza de Deus é compartilhada com seu povo e ele deseja que seu povo, como ele, seja reconhecido como santo.
E que seu povo viva como um povo santo.
Deus te abençoe.
Graça e Paz
Referências: (Transcrição)
– TEOLOGIA SISTEMÁTICA I – Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho