O holocausto de Abraão.
Gênesis 22: 13
“Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho”
Como estaria o coração de Abraão no momento em que levantou o cutelo para imolar Isaque?
“Esperei com paciência no meu Deus”, ainda que Abraão tivesse essa palavra para firmar mais a sua fé, creio que ela seria posta em duvida pelo patriarca. A vida toda de Abraão foi uma prova, mesmo que, em algumas delas, tenha agido segundo sua razão. Deus o provou quando o convidou a se desvencilhar da família; o provou com a fome; o provou com o despedimento do sobrinho; o provou com a promessa de ser um grande povo; o provou na guerra; o provou na honestidade; enfim, foi uma vida de provas e, por fim, foi provado na obediência.
Em todos os momentos, com exceção de poucos, muitos poucos, Abraão titubeou entre a Palavra de Deus e seu coração, e a razão disto é para assimilarmos que, mesmo que algum homem ou mulher seja o “preferido” de Deus, ainda assim fraquejará em algum momento.
Fico imaginando o que passou Abraão, no seu íntimo, desde o pedido de Deus até o momento em que o rapaz estava amarrado sobre a lenha. Creio firmemente que Deus jamais faria esse pedido a Abraão sabendo que ele era um fraco na fé, é por isso, que temos poucos “abraãos” hoje em dia. Sim, em alguns momentos pegamos nos perguntando o porque de Deus não operar mais, como operava nos tempos bíblicos.
“Deus proverá para Si o Cordeiro”, sem sombra de dúvida, essa frase martelou na mente de Abraão até o monte Moriá. A convicção do patriarca era tanta que o aviso, que deu aos moços, era uma garantia de que ambos voltariam tão logo terminassem o holocausto. E, já ouvi pregadores vociferarem no microfone que Abraão garantiu que voltava com Isaque vivo ou morto, mas eu digo que a certeza de Abraão era que Isaque voltaria vivo com ele.
Quero, agora, voltar minha atenção para Isaque. Foi ele quem chamou a atenção do pai sobre os elementos do holocausto. Mesmo se vendo como a vítima do sacrifício, Isaque discerniu, e bem discernido, que faltava o principal elemento do holocausto. Ora, seu pai dizia o tempo todo que ambos estavam indo adorar e o que ele sabia sobre adoração, o que ele tinha aprendido sobre a verdadeira adoração, não estava compatível com aquele culto.
Isaque estava consciente acerca de tudo que estava acontecendo ali. O que ele não sabia é que quem tinha requerido o culto daquela maneira era o próprio Senhor. Portanto, quando percebeu as intenções de seu pai, ele falou que estava errado e, disse: “Pai, nosso culto está meio esquisito, está faltando o elemento principal. O senhor pode até fazer o que está intencionado, porém isso não chegará diante de Deus como aroma agradável”, mas, mesmo assim não se opôs.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.