A aliança entre Deus e Israel.
Êxodo 24: 7-8
“E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas palavras.”
Para determinar a ideia do pacto, devemos observar as passagens da Escritura que falam da relação entre Deus e o seu povo do pacto. Quando analisamos essas passagens, não pode haver dúvida que a ênfase não é sobre a ideia de um acordo ou contrato, mas antes sobre uma viva e real relação de amizade entre Deus e todos aqueles a quem ele escolheu em Jesus Cristo, Senhor deles. Nessa relação Ele vive, por assim dizer, em pé de igualdade com o seu povo, se revela a eles, faz com que eles O conheçam, abre seu coração para eles, fala com eles face a face, como um amigo aos seus amigos, transmite seus segredos a eles, vive sob o mesmo teto com eles, come e bebe com eles, e anda com eles.
A relação é de tal forma tão profunda, que Deus os recebe em sua própria família e, de acordo com a medida da criatura, eles entram na vida de amizade do Deus triúno e nessa relação desfrutam a mais alta e insondável bem-aventurança possível. Deus sempre permanece Deus e Senhor, e o homem permanece criatura e servo. A distância entre o criador e a criatura, entre Deus e o homem, não é removida. Todavia, como o Senhor Deus no pacto, Ele é o amigo soberano do seu povo, que os abençoa em seu favor, abençoa aqueles que o bendizem, amaldiçoa aqueles que o amaldiçoam, faz do seu povo herdeiros de todas as coisas, coloca-os sobre as obras de suas mãos, e faz com que eles entrem em seu descanso e desfrutem dos prazeres que estão em sua destra. Aquele que como servo entra no pacto de Deus é, todavia, amigo de Deus, amigo obediente, que tem a lei de Deus em seu coração e se deleita em fazer a sua vontade, cantar seus louvores, se consagrar com corpo e alma e todas as coisas ao Deus vivo.
Deus criou o homem segundo a sua imagem e semelhança, e em virtude dessa criação o homem permaneceu em relação pactual com Deus. O pacto não foi algo adicional, mas foi dado com a própria criação de Adão segundo a imagem de Deus. Deus impôs sobre Adão o assim chamado mandamento probatório, e por ele Deus colocou Adão diante da antítese e o ameaçou com morte no caso da violação desse mandamento por parte de Adão.
Quando Adão violou o pacto de Deus por desobediência deliberada, Deus manteve seu pacto em Cristo Jesus, sem que a ideia do pacto fosse alterada. O pacto permaneceu a relação viva e eterna de amizade, que é possível porque, em Cristo, seu povo novamente se torna conformado à imagem de Deus. Deus manteve seu pacto a despeito e mesmo através do pecado. Ele estabelece seu pacto em Cristo, e nEle esse pacto nunca pode ser destruído ou abolido. Em Cristo, Ele realiza seu pacto no sentido mais alto possível na Palavra encarnada.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– O Pacto: Uma Relação de Amizade – Rev. Herman Hoeksema