Deus ama a todos de igual modo e, por isso, não faz acepção de pessoas.
Colossenses 2: 11
“No qual (em Jesus) também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo”.
A circuncisão era um sinal da aliança de Deus com o povo de Israel –“Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações. Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós”. Embora a circuncisão seja uma operação física, na aliança que Deus fez com Abraão, ela possuía, estritamente, um significado espiritual. Era uma forma para que o povo jamais se esquecesse da aliança que tinham com Deus, eles (os judeus) eram, na Antiga Aliança, o povo escolhido e separado para servir, tão somente, a Deus.
O problema foi que o povo judeu deu ênfase demais ao caráter físico da circuncisão em detrimento ao caráter espiritual. Um mero e pequeno procedimento cirúrgico não pode, em hipótese alguma, transmitir graça espiritual, ou seja, a circuncisão, em si mesma, não pode produzir o efeito para o qual foi estabelecida, associada a ela tem que haver a obediência – “Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão”. É interessante observar que, já no Antigo Testamento, Deus advertia seu povo para deixar seus pecados e experimentar a circuncisão espiritual do coração – “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz”.
O povo israelita ainda estava na peregrinação pelo deserto e o verdadeiro sentido da circuncisão já tinha sido esquecido e estava sendo negligenciado. O “ato cirúrgico” tornou-se mais imprescindível na vida dos israelitas do que o obedecer a Deus. Em nossos dias nos deparamos com situação semelhante, não no caso da circuncisão, mas no fato de que tem muita gente dando maior ênfase aos dogmas religiosos (tradição e costumes) do que a própria doutrina da Palavra de Deus. Tem muito crente fazendo dos sacramentos da igreja um meio para entrar no Céu assim como os israelitas fizeram da circuncisão um meio para exigirem, de Deus, o cumprimento da promessa.
A circuncisão física não tem nenhum significado para o crente; ela, no aspecto físico, não tem nenhum valor. A nossa “circuncisão” é representada da seguinte forma: Jesus Cristo fez por nós, na cruz, o que a Lei não era capaz de fazer. A velha natureza, o “corpo da carne”, foi despojada, de modo que não precisamos mais ser escravos de seus desejos. Assim, o crente não precisa ser fisicamente circuncidado, pois já foi espiritualmente circuncidado por meio de sua identificação com Jesus Cristo.
Erivelton Figueiredo
Deu te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento – Warren W. Wiersbe