"𝓔, 𝓵𝓲𝓫𝓮𝓻𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼 𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓬𝓪𝓭𝓸, 𝓯𝓸𝓼𝓽𝓮𝓼 𝓯𝓮𝓲𝓽𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓻𝓿𝓸𝓼 𝓭𝓪 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬̧𝓪". 𝓡𝓶 6:18

Devocionais EBD

Que a luz não resplandecesse e ele não olhasse para o sofrimento.

Jó 3: 8-10
 “Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para fazer correr o seu pranto. Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva! Porquanto não fechou as portas do ventre, nem escondeu dos meus olhos a canseira”.

Interessante observar que Jó chamou sua mulher de maluca quando ela lhe propôs que “amaldiçoasse” Deus e morresse. Não quero ser polêmico e nem saio por aí ensinando o que vou escrever, mas particularmente (opinião estritamente pessoal) eu vejo na proposta da mulher de Jó uma insinuação ao suicídio. Ora, analisemos o que ela falou – “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre”. A interrupção da vida só se dá em virtude de algumas consequências, tais como: primeiro, a cessação da vida através da falência de todos os órgãos vitais, isto é, morte natural; segundo, a vida pode se interrompida em consequência de um acidente imprevisível, e ou pode ocorrer tragicamente em virtude de atos violentos praticados por terceiros (eutanásia, homicídio, etc.); e terceiro, a vida pode ser interrompida através do suicídio, o que nada mais é senão um ato de violência praticado contra a própria vida, independente de como é praticado esse ato.

A resposta de Jó (creio eu) tem mais relação com o morrer do que com o “amaldiçoar”, ou numa perspectiva mais abrangente, a resposta dele reprovava tanto o que ela disse em relação a Deus, quanto à sugestão de morte. Jó era um homem sábio e, em virtude disto, ele tinha perfeita noção de que ninguém poderia morrer apenas desejando a morte (ou será que ela estava pedindo permissão para mata-lo – eutanásia). Evidentemente, meu/ minha querido (a) leitor (a), essas conjecturas não encontram nenhum respaldo bíblico para serem sustentadas, elas não passam de conjecturas lógicas estribadas estritamente no raciocínio humano. Jó equiparou o modo de falar de sua mulher ao de qualquer outra pessoa desvairada em relação ao trato com as intempéries desta vida.

Após reprovar veementemente a sugestão da mulher, Jó começa uma série de lamentações, começando pelo dia em que nasceu. Muitas críticas são tecidas por este comportamento de Jó. Sua atitude é repudiada e é atribuída falta na forma como ele se expressou. Criticar o comportamento de alguém sem experimentar o que tal pessoa viveu ou está vivendo é uma atitude, no mínimo, insana. Criticar as lamentações de Jó tendo conhecimento do que tinha acontecido no mundo espiritual é muito fácil, difícil é viver o que ele viveu sem lamentar. Já citei isso anteriormente e volto a repetir – lamentar a “sorte” não é pecado para a morte. O seu comportamento denotava o limite máximo de sofrimento que um ser humano é capaz de suportar.

Obcecado pelo terror de ter sido abandonado por Deus, ele amaldiçoou sua vida desamparada. Nem a esta altura nem mais tarde Jó cumpriu as predições satânicos de que renunciaria a Deus com uma maldição. Amaldiçoando a sua própria existência, entretanto, Jó, realmente, atreveu-se a discutir com o Soberano que a decretara.

Erivelton Figueiredo

Deus te abençoe.
Graça e Paz.

Referências:
– Comentário Bíblico do Velho Testamento – Moody

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