Deus perverteria o direito e a justiça?
Jó 8: 3-4
“Será que Deus perverteria o direito? Será que o Todo-Poderoso perverteria a justiça? Se os seus filhos pecaram contra ele, também ele os entregou ao poder da transgressão que cometeram”.
Em relação à Jó e seus amigos, devemos considerar que a época destes acontecimentos é muito anterior á formação de Israel como povo de Deus. Alguns estudiosos atribuem os dias de Jó entremeados à época de Abraão e ou Isaque. Desta forma, a sabedoria apontada tanto para Jó quanto para seus amigos não é a sabedoria bíblica, a qual nós buscamos com grande anseio. Era uma sabedoria fundamentada essencialmente na vida prática. A noção que a maioria dos sábios tinha sobre “deuses”, era que eles eram tribais. Cada “deus” se envolvia com os problemas do seu povo e esses “deuses” agiam impulsionados por sentimentos semelhantes ao sentimento humano. Portanto, provavelmente, a teologia dos amigos de Jó era uma mistura deste conhecimento com o que sabiam do Deus Verdadeiro.
Parece mentira, mas atualmente, ainda que muitos livros estejam à disposição dos que se interessam pelo conhecimento, temos muitos “teólogos” em nosso meio com o mesmo nível de conhecimento dos amigos de Jó. Fazem uma “bagunça” com as doutrinas bíblicas misturando-as com filosofias e ciências humanas. Por um lado, agem desta forma por pura ignorância e, por outro, julgam que é necessário acrescentar mais alguma à revelação divina para que ela possa ter validade. Tal como Elifaz e Bildade, esses “teólogos”, atualmente, invalidam o sacrifício de Jesus sem nenhum escrúpulo.
“Fazer a obra de Deus”, expressão muito comum e usada pela maioria de nós, os crentes, é entendida e realizada de maneira equivocada por muitos. “Fazer a obra de Deus” não é somente colocar uma Bíblia debaixo do “sovaco” e sair por aí dizendo que “Jesus te ama”. Antes de sairmos por aí, temos o dever de aprender tudo quanto a Bíblia nos ensina e, depois de aprendido tudo o que ela nos ensinou, temos que viver na prática o que aprendemos. Diferente do conhecimento que os livros seculares nos ensinam, ensinos que muitas das vezes nunca serão praticados em nossas vidas, os ensinos contidos na Palavra de Deus são fundamentais para o desenvolvimento sadio de uma vida cristã.
Bildade não está dizendo nenhuma besteira, de fato, Deus é Justo. O que estava causando uma animosidade entre eles era a falta de compreensão por parte dos amigos. Bildade foi cruel com suas palavras de acusação – seus filhos receberam o que buscaram. As palavras de Jó ao refutar as acusações sofridas até então, estavam soando como uma murmuração; como uma afronta à Justiça divina.
Na realidade, Jó estava dividido dentro de si mesmo. Dentro da perspectiva humana, ele estava convencido de que Deus, por algum motivo, estava aborrecido com ele, mas, a sua consciência; a vida íntegra, reta e o temor de Deus, se recusavam terminantemente a aceitar ou admitir que seu sofrimento era em razão de algum pecado oculto.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.