Um sermão para quem nasceu de novo.
II Coríntios 5: 17
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
Quando compreendemos as ‘bem-aventuranças’, citadas por Jesus, percebemos que a distância entre o homem natural e o que ‘nasceu de novo’ vai se estendendo até o ponto de torna-se intransponível. Devemos estar consciente de que há uma clara e declarada distinção entre os cidadãos deste mundo para os que se tornaram cidadãos do Reino de Deus. O chamado de Jesus aos seus discípulos e servos exige que se tome uma posição diante deste mundo, desta forma, quem está em Cristo saiu moral e espiritualmente de uma sociedade dominada pelo orgulho e paixão. E esta condição de ‘nova vida’ deve ser taxativamente selada pela própria reação repulsiva do mundo.
Sempre digo que à medida que vamos ‘cavando mais e mais’, buscando a Rocha firme para começar a edificar nossa vida, dizemos isso no sentido espiritual, vamos deparando-nos com surpreendentes revelações da Palavra de Deus. A figura de linguagem usada por Jesus para ilustrar seus ensinos demonstram que aquilo que escolheu para ilustrar a nova natureza de quem, agora, pertence ao Reino de Deus, foram elaboradas com materiais que todos conheciam plenamente. Nenhuma casa naquele tempo deixava de ter algum sal, ou uma lâmpada. O mundo, por causa do pecado, esta apodrecendo na escuridão. A ‘nova criatura’ – o cidadão do reino do céu – está destinada a ser o sal para impedir a putrefação do pecado e a luz para penetrar seu escuro desespero.
O reino do céu não é um clube para privilegiados. Jamais foi pretendido que os seus cidadãos vivessem em grande isolamento aguardando o cumprimento das profecias. Ainda que não pertençamos ao mundo, porém, não podemos viver de maneira alienada como se os acontecimentos que envolvem a humanidade e toda a criação não nos dissessem respeito. Estamos tão comprometidos com os acontecimentos deste mundo quanto qualquer outra pessoa do mundo. Evidentemente que o nosso compromisso com o mundo não tem nenhuma relação com a sua administração, mas com a salvação dos homens que ainda estão perdidos em seus pecados.
Jesus não foi como alguns líderes evangélicos hodiernos. Ele foi um ‘homem do povo’. Ele sempre foi acessível, sempre vulnerável, sempre interessado. Ele passava o seu tempo entre os sofredores e os aflitos – “E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles”.
A ‘nova criatura’ jamais deve esquecer que, ainda que possa ser perseguida, como nosso Mestre Jesus foi, mas jamais devemos permitir que nossa dor cesse a nossa compaixão – “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”. O cansaço virá, sem dúvida, mas jamais podemos permitir que nosso cansaço nos afaste das necessidades de outros.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– O Sermão da Montanha – Extraindo os Tesouros da Escritura. Paul Earnhart