Quem aborrece o seu irmão é homicida.
1 João 3:15
“Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna”.
A Bíblia geralmente faz uma distinção entre tipos diferentes de pecados: pecados involuntários, pecados menos sérios, pecados voluntários e os pecados que levam à morte espiritual. A distinção que a Bíblia faz dos tipos de pecados é para esclarecer que, embora em todos os casos seja necessária a expiação, há aqueles que privam as pessoas de receberem a expiação (Leia Levítico 15:22-29). Ou seja, o pecado involuntário exigia expiação, mas não excluía a pessoa do meio do povo. por outro lado, o pecado intencional e insolente contra o Criador, excluía a pessoa do meio do arraial e a privava de receber a redenção. É nesse contexto que João escreve sobre o “não matarás”. Ele enfatiza que há certos pecados que o crente nascido de novo não cometerá, porque nele permanece a vida eterna de Cristo.
É muito comum ouvirmos no meio evangélico pessoas fazendo distinção do que o Senhor estabeleceu para Israel daquilo que é para a igreja. Até concordo com algumas coisas, porém o que devemos observar não é o que está literalmente escrito, mas atentarmos ao princípio sobre o que se escreveu. Ou seja, para a igreja hoje, o que permanece não é apenas a questão prática do mandamento, antes o que tem que ser aplicado é a questão moral do mandamento.
Hernandes Dias Lopes escreveu que João, na sua primeira epístola, submeteu os crentes a três testes que identificam se, de fato, são discípulos de Jesus Cristo. O primeiro teste serve para provar o quanto o crente está sendo obediente à voz de Deus; o segundo é para testar o comportamento social do crente, evidentemente, que esse teste tem como objetivo diagnosticar com que intensidade o crente está amando seu próximo; e por último, o crente é testado quanto ao conhecimento doutrinário. Muitas heresias tem solapado as igrejas hoje, e isso é um prato farto, atraente e apetitoso aos que ignoram as sãs doutrinas bíblicas.
O ensino de João em suas cartas nos conduz a uma auto reflexão sobre os sentimentos que nutrimos em nós mesmos. Embora, em razão da nossa natureza humana, haja em nós os mais diversos sentimentos (virtuosos ou não), o que João deseja que entendamos é que não podemos cultivar sentimentos que se contrastam – amor e ódio. Se com toda convicção acreditamos que estamos salvos, nenhum outro sentimento pode aflorar do nosso comportamento em relação ao próximo que não seja o amor. Pelo simples fato de que o amor ao próximo é a maior evidência de estarmos salvos.
Se o amor é a marca de quem está salvo, então, desejar a morte de alguém demonstra que ainda não nos encontramos na condição de salvo, pois aquele que está salvo deseja que o próximo esteja na mesma condição e não que seja condenado.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Comentários em 1, 2 e 3 João – Hernandes Dias Lopes
Deus seja louvado