A parábola das uvas verdes e os dentes, um ditado falso.
Jeremias 31:29
“Naqueles dias, nunca mais dirão: Os pais comeram uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se embotaram”.
Do Gênesis ao Apocalipse vemos que Deus nunca eximiu o homem de uma responsabilidade pessoal. Adão foi criado e colocado no jardim de Deus, mas ele tinha a responsabilidade de cuidar do jardim. Noé foi eleito o “salvador” de sua geração, mas a construção da arca era responsabilidade dele. Abraão teve uma escolha a fazer. Sua decisão consistia em partir com a família e os pertences para terras desconhecidas ou permanecer exatamente onde estava. Ele precisava decidir entre a segurança do que possuía e a incerteza de viajar sob a direção de Deus. Tudo com que ele contava para prosseguir era a promessa de que Deus iria guiá-lo e abençoá-lo. Abraão dificilmente poderia imaginar quanto o futuro dependia de sua decisão, mas sua obediência afetou a historia do mundo inteiro. Que responsabilidade!
Embora a ênfase bíblica gire em torno de questões espirituais, porém, ela fala claramente acerca das questões seculares. No sentido espiritual ela determina como devem ser os que almejam morar no Céu e nas questões seculares ela nos ensina como devemos proceder a fim de obtermos uma vida tranquila enquanto estivermos por aqui. Em ambos os casos, está sobre nós a responsabilidade de procedermos conforme a Bíblia nos orienta para que, cumprindo o nosso dever, alcancemos nossos objetivos.
Dizer que temos responsabilidades não significa dizer que devemos ser individualistas. A responsabilidade se aplica em não nos omitirmos das situações que nos cercam. Ainda que toda a situação; que todos os problemas ou conflitos de toda e qualquer ordem estejam nos ameaçando à paz e felicidade, não podemos nos sentir confortáveis diante deles só pelo fato de não termos sido os causadores. Indiretamente somos tão responsáveis quanto os que, de fato, produziram todo o caos.
Temos exemplos na Bíblia de homens que ao orarem a Deus, se colocaram na mesma condição dos que provocaram a situação que, no momento em que oravam, estavam vivendo. Daniel não se eximiu da culpa dos seus antepassados – “Ó Senhor, a nós pertence à confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti”. Neemias, também, ao orar viu-se tão culpado daquela situação quanto seus pais – “… e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado”.
Não estamos dizendo que estes homens não tinham pecados, mas que, embora, estivessem numa situação confortável ou, pelo menos, favorável a eles, não se eximiram da culpa e não negligenciaram a responsabilidade.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Comentário Bíblico Beacon