"𝓔, 𝓵𝓲𝓫𝓮𝓻𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼 𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓬𝓪𝓭𝓸, 𝓯𝓸𝓼𝓽𝓮𝓼 𝓯𝓮𝓲𝓽𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓻𝓿𝓸𝓼 𝓭𝓪 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬̧𝓪". 𝓡𝓶 6:18

Devocionais EBD

Não insistir com o herege contumaz.

Tito 3: 10
 “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o…

Paulo, na primeira carta aos Coríntios, preferia ensinar a fim de promover a unidade cristã, do que dividir a Igreja, por causa de diferenças doutrinárias. Ele até se dispôs a tolerar os filósofos, que não viam sentido na ressurreição do corpo físico. O apóstolo não exigiu a expulsão deles, embora, atualmente, como é óbvio, negar a realidade da ressurreição sem dúvida é uma heresia. Paulo, também se dispôs a tolerar a sabedoria grega, embora sempre esperançoso em poder levá-la a reconhecer a sabedoria superior de Cristo. No trecho da carta que Paulo escreveu a Tito, encontramos uma instrução acerca do que deveríamos fazer no caso dos hereges. Embora em algumas versões bíblicas encontremos o termo “faccioso”, porém o espírito faccioso é uma heresia, nos termos do Novo Testamento.

É possível que a heresia denunciada, nesse trecho de Tito, seja alguma forma de gnosticismo, cujo foco apontava para as questões doutrinárias, e não apenas o espírito contencioso, daqueles que perturbam a Igreja com controvérsias inúteis. E, naturalmente, a introdução de doutrinas estranhas no meio do rebanho (igreja) é uma maneira de causar divisões. Os falsos mestres combatidos pertenciam à corrente filosófico-religiosa do gnosticismo. Nesse caso, as controvérsias e as atividades facciosas eram as dos mestres gnósticos.

A Bíblia ensina que os crentes devem exercer grande paciência em seu ensino, em todos os casos em que haja elementos de espírito polêmico na Igreja – “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade”. ‘Evitar o herege’ tem o sentido de não perdermos o precioso e pouco tempo que temos nas EBDs com discussões fúteis. Com questões levianas levantadas por aqueles que não demonstram nenhum compromisso com a verdade bíblica. Tais pessoas querem mais polemizar determinados assuntos bíblicos do que, de fato, aprenderem algo.

O gnosticismo, tal como as religiões misteriosas dos gregos, reivindicavam possuir uma sabedoria esotérica, que se tornaria propriedade dos iniciados, em contraste com os de fora, que não seriam assim privilegiados. Segundo esse sistema, os iniciados eram os eleitos, ao passo que os demais não eram passíveis da redenção, pelo que seriam os hílicos, ou seja, aqueles de tal modo imersos no princípio material que não podiam obter qualquer coisa que fosse espiritual. Conhecimento místico, ritos e práticas mágicas eram promovidos pelo sistema gnóstico. Esse sistema fez competição com o cristianismo bíblico durante cerca de cento e cinquenta anos, tendo atingido o seu ponto culminante na segunda metade do século II D.C.

O gnosticismo consistia, essencialmente, na tentativa de fundir as revelações dadas por meio de Cristo e seus apóstolos com os padrões de pensamento já existentes. Se porventura o gnosticismo tivesse tido sucesso, nessa tentativa, o cristianismo tornar-se-ia apenas mais outro culto misterioso greco-romano.

Erivelton Figueiredo

Deus te abençoe.
Graça e Paz.

Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Enciclopédia Bíblica de Champlin, vol. 4

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Erivelton Figueiredo

Cristão Evangélico; Obreiro do Senhor Jesus Cristo, pela misericórdia de Deus; Professor da EBD; Capelão; Estudante persistente da Palavra de Deus; Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Min. Boas Novas em Guarapari-ES. Casado com a Inês; pai do Hugo, do Lucas e da Milena.

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