O homem será de algum proveito para Deus?
Jó 22: 1-2 (NAA)
“Então Elifaz, o temanita, tomou a palavra e disse: “Pode o homem ser de algum proveito para Deus? Não! O sábio só é útil a si mesmo”.
À medida que vamos nos aprofundando no estudo sobre Jó (a minha sugestão é que não se prendam apenas nos versículos citados, mas que façam a leitura de todo capítulo), percebemos que o seu drama se acentuou com a chegada dos seus três amigos. Enquanto estiveram com a boca fechada tudo estava seguindo um processo natural de desordem – tragédia seguida de lamentação seguida de conformidade como alento, porém, quando Elifaz começa a falar, imediatamente percebe-se que de consolo seu discurso não tinha nada. Em vez de tentar consolar o amigo, Elifaz assumiu o papel de promotor de justiça e transformou a discussão num julgamento.
Elifaz neste seu último discurso resolve impor mais sofrimento ao patriarca Jó e, faz três graves, injustas e infundáveis acusações. No decorrer do seu último discurso que se estende até o versículo de número trinta, ele diz que Jó é um pecador inconfesso. Ou seja, a tragédia é consequência de atos iníquos e que Jó tem a obrigação de admitir e confessar arrependido para que o quadro fosse revertido. A acusação de Elifaz fazia de Jó um homem extremamente orgulhoso – dono da verdade.
No decorrer deste capítulo 22, veremos que Elifaz assume uma postura muito estranha para alguém que se dizia amigo. Até de hipócrita ele acusou Jó. A postura irredutível de Jó acerca da convicção do seu ilibado caráter, deixou todos os três irritados. A cena que agora podemos vislumbrar não é a de um ser caquético sobre um monturo esperando ser consolado, mas a de um tribunal onde o réu, no monturo, se vê diante de três acusadores. Só Satanás não foi suficiente para acusa-lo, foi necessário acrescentar mais três “amigos”.
Elifaz neste seu último discurso acusou Jó de ter enriquecido ilicitamente – “Porque sem motivo você exigiu penhores do seu irmão e despojou das roupas os que estavam seminus. Você não deu água ao cansado e ao faminto você se recusou a dar pão. A terra pertencia ao homem poderoso, e só os privilegiados moravam nela. Você despediu as viúvas de mãos vazias, e os braços dos órfãos foram quebrados”. Nada é mais perturbador do que calúnias que denigrem o caráter e a moral das pessoas. No início do livro dois testemunhos são dados a respeito da pessoa de Jó. Um testemunho é dado pelo escritor do livro e outro é dado pelo próprio Deus – “Havia um homem na terra de Uz cujo nome era Jó. Este homem era íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do mal” e “Não há ninguém como ele na terra. Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal”.
O conhecimento que Elifaz tinha de Deus, era o de um Deus que agia como um Juiz inflexível.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Comentário Bíblico Expositivo do Velho Testamento – Warren W. Wiersbe