Doutores na igreja.
Atos 13: 1
“Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo”.
O dom ministerial de mestre ou doutor concedido pelo Espírito Santo ao crente, não é uma função que exija do portador do dom qualificações catedráticas. A exigência bíblica é que, assim como a qualquer que exerce função na igreja de Cristo, seja dedicado e zeloso – “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”. Como temos dito, os dons espirituais estão acessíveis a todos os crentes, todavia, os dons ministeriais são concedidos apenas a alguns, ou seja, assim como acontece com os dons espirituais, os dons ministeriais estão acessíveis aos que recebem um chamado específico de Deus para exercerem uma determinada função. Neste caso, os mestres ou doutores nos dias atuais, conforme veremos a seguir, são os que dedicam suas vidas a ensinar a igreja como aplicar de forma eficaz a Palavra de Deus em seu viver diário.
O termo grego didaskalos usado por Lucas em – “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os”, na verdade significa “mestre”; e nomodidaskalos usado em – “E aconteceu que, em um daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém”, significa “mestre da lei”. Isso nos leva a entender que os “doutores” eram escribas ou expositores profissionais da lei do judaísmo. Eles possuíam uma instrução especial e tinham que passar por exames rigorosos antes de serem reconhecidos oficialmente.
O doutor da lei também era chamado de escriba, rabi e doutor, e tinha uma função praticamente idêntica à do escriba. Sua tarefa era estudar, interpretar e ensinar a lei escrita e oral de Israel, bem como decidir questões relacionadas a ela. O compromisso dos doutores da lei com a salvação pela lei era tal que eles rejeitavam a pregação de João Batista, relacionada ao conselho e ao propósito de Deus para eles. Eles também procuraram colocar o Senhor Jesus à prova através de perguntas difíceis.
Os escribas contribuíram de diversas maneiras para a continuidade do judaísmo. Em primeiro lugar, eles preservaram a lei. Eles eram escribas no sentido literal da palavra, e passavam boa parte de seu tempo copiando e transmitindo as Escrituras do Antigo Testamento. Trabalhando nesta atividade, eles inventaram vários artifícios de cálculo para garantir a preservação do autêntico texto hebraico. Além disso, tinham uma extrema preocupação em sustentar a lei oral — as diversas decisões legais não escritas que impactavam os vários aspectos da vida cotidiana. Eles aderiram estritamente a estas tradições, e as elevaram acima da lei escrita; por esta razão foram severamente repreendidos pelo Senhor Jesus – “Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição”.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Dicionário Bíblico Wycliffe