Paulo declara sua identidade judaica.
Atos 22: 3
“Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois”.
Paulo entendia perfeitamente o motivo de todos aqueles judeus estarem enfurecidos contra ele. Ele já tinha sentido na própria pele o sentimento que enfurecia toda aquela multidão. A questão não era quem estava discursando, mas o que era discursado. Por isso, Paulo, ao lhe ser concedido o direito de falar, expôs um “curriculum” invejável a qualquer judeu. Ele expõe suas credenciais dizendo que era judeu, nascido em Tarso, criado em Jerusalém, instruído por Gamaliel, seguidor da Lei, perseguidor zeloso da Igreja e representante do Sinédrio. Diante disto, não havia outra opção além de ouvir o que um homem desta “categoria” tinha para falar. O silêncio foi sepulcral.
É interessante observar em todo o capítulo 22 que Paulo, em vez de começar seu discurso, repreendendo a atitude do povo, ele começa parabenizando pela dedicação e zelo com que eles defendiam a fé. Paulo até diz que, no passado, ele também fora como eles, indo até mais além no seu radicalismo religioso e, enquanto dava o testemunho da sua conversão, todos ouviam atentamente, mas, na hora em que disse que o seu ministério era o de evangelizar os gentios os ânimos se exaltaram e tentaram matá-lo. Percebam que eram judeus querendo a morte de outro judeu. O judeu verdadeiramente devoto não aceitava coisa alguma relacionada aos gentios. O judeu que se relacionava com gentio era digno de morte.
Essa defesa que Paulo faz de si mesmo, foi em razão das acusações feitas por judaizantes que alegavam que ele, Paulo, estava ensinando uma doutrina diferente da que Moisés havia ensinado o povo israelita. Os judaizantes eram um grupo de cristãos primitivos que acreditavam que os gentios deveriam se converter ao Judaísmo a fim de aceitar Jesus como Messias. Para os judaizantes isto significava, dentre outras coisas, observar a circuncisão, os dias das festividades judaicas e as dietas alimentares previstas na Lei de Moisés.
Lógico que as acusações não tinham fundamentos, pois, Paulo de boa vontade, submeteu-se ao costume judeu, tanto para não agir em inconformidade com a decisão do Concilio quanto para assegurar sua identidade como judeu. Às vezes, devemos “andar a segunda milha” para evitar ofender os outros, especialmente quando há o risco de prejudicar a obra de Deus.
Paulo (comprovando que era um genuíno judeu) queria que os judeus entendessem que as leis do Antigo Testamento não podiam proporcionar a salvação àqueles que as guardassem. A salvação, tanto de judeus quanto de gentios, é gratuitamente concedida pela graça de Deus. Recebemos a salvação pela fé. As leis não têm valor para a salvação; apenas nos mostram os nossos pecados. Paulo não observou as leis a fim de ser salvo, embora, ela nos ensine muitos princípios valiosos e nos dá diretrizes para o correto modo de viver. Paulo, simplesmente guardou as leis como um costume, para não ofender aqueles que desejava alcançar com as Boas Novas.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
O comentário sobre o Apóstolo Paulo é esclarecedor, foi um homem preparado e sábio, seus inimigos infelizmente foram , satanás e os seus compatriotas judeus que priorizavam o judaísmo e não a graça através de Jesus Cristo.