Jesus não veio revogar a Lei nem contradizer os profetas.
Mateus 5: 17 / Romanos 3:31
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”.
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei”.
O propósito de Jesus Cristo ao pronunciar estas palavras (Mt 5:17) é levar o crente à compreensão de que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores – “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. O relacionamento entre o crente e a lei de Deus envolve, entre outros, o aspecto de que a lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos PRINCÍPIOS éticos e morais do Antigo Testamento e, não na sua literalidade – “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do Antigo Testamento destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas não são obrigatórias para a igreja.
Atualmente, o crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação – “Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus”. Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos. A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai. Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai.
Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus e pelo Espírito Santo que nele habita, recebe o impulso interior e o poder para cumprir a lei de Deus – “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos”. Nós a cumprimos, ao andarmos segundo o Espírito.
Ao escrever aos crentes de Roma, Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque não a buscaram pela fé. A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor. A lei expressa a natureza e o carácter de Deus: seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. O que Israel fez com a Lei de Deus reflete, hoje, no meio de algumas denominações. O legalismo cerimonial está acima da integridade das pessoas, ou seja, valorizam muito mais a liturgia em lugar de uma alma sedente e faminta.
A salvação no Antigo Testamento jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacrifícios, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha o perdão, quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal
Muito obrigado por partilhar essa reflexao, é muito profunda.