O verdadeiro alcance do sexto mandamento.
Mateus 5:22
“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno”.
Um grande problema que enfrentamos como seres humanos é querer justificar nossas atitudes em relação ao que nutrimos como sentimento. Sendo mais claro, e como já escrevemos anteriormente, queremos justificar nosso comportamento inadequado e impróprio argumentando que fomos induzidos a tal ação por causa daquilo que, em nós, provocaram. Ou seja, se alguém consegue nos irritar de alguma forma, nos apropriamos disso para justificar nossa ação. Evidentemente, os sentimentos pecaminosos não servem de desculpa para ações pecaminosas. Quando a nossa ira tem origem em sentimentos pecaminosos, ela faz com que a nossa comunhão com Deus e com os irmãos seja rompida, entretanto, ela não faz com que sejamos presos como assassinos.
A grande dificuldade que temos ao lidar com a lei é querer observa-la na sua literalidade em detrimento ao princípio estabelecido por ela e, é exatamente isso que Jesus está ensinando. Por exemplo, na questão do sexto mandamento – “Não matarás”, Jesus nos faz compreender que o que nos faz réu em relação a este mandamento não é o ato homicida em si, mas o sentimento de ódio nutrido por alguém, a ponto de desejar a morte da pessoa. Neste caso, julgamos que por não termos nossas mãos manchadas de sangue não matamos ninguém, porém, Jesus está dizendo que não é o ato em si que nos faz réu, mas também os sentimentos iracundos que fazemos questão de preservar em nós.
Paulo, na sua carta ao Efésios, diz que podemos irar sem que sejamos conduzidos ao pecado por causa dela, mas o que Jesus aponta aqui (no texto bíblico) é uma ira pecaminosa contra as pessoas. Jesus está falando da ira cultivada, ou seja, malignidade alimentada no íntimo da pessoa. Jesus descreve uma experiência pecaminosa constituída de três estágios: Primeiro, a manifestação de uma ira sem motivo, para, em seguida, se manifestar numa explosão de palavras, que acentua cada vez mais a gravidade da situação e, por fim, leva à condenação.
Todas as vezes que iramos de forma pecaminosa, nossa ira se torna insensata, pois nos faz destruir em vez de edificar. Odiar alguém é cometer homicídio no coração e, isso não significa que devemos matar alguém de fato, uma vez que já o fizemos nosso íntimo.
A ira deve ser encarada com honestidade por nós (devemos reconhecer e admitir o que somos de fato) e confessada diante de Deus como pecado. Devemos procurar a pessoa ofendida e colocar as coisas em ordem sem demora. Quanto mais esperarmos, pior se torna a situação e quando recusamos a reconciliação, condenamo-nos a uma terrível prisão.
A pessoa que se recusa a perdoar seu irmão está destruindo a mesma ponte sobre a qual precisa andar.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento – Warren W. Wiesrbe