Inferno como lugar de prisão dos anjos caídos.
II Pedro 2: 4
“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo”.
A palavra portuguesa inferno vem do termo latino ‘infernus’, que significa ‘o que está abaixo’, ‘inferior’, ‘subterrâneo’. De acordo com a mitologia grega e latina, o hades e o infernus referiam-se a alegadas prisões subterrâneas onde as almas ficariam encerradas, após a morte física. A doutrina do hades é complexa. De acordo com o pensamento hebreu e grego, o hades, originalmente, não era um lugar onde habitavam seres conscientes, sofrendo tormentos. As almas eram concebidas muito mais em termos da moderna noção dos fantasmas, entidades destituídas de mentalidade, que ficariam a flutuar ao léu, mas sem qualquer identidade ou existência real. Entretanto a Bíblia nos ensina que as almas do hades estão em exercício da plena consciência.
Na literatura judaica, os hebreus dividiam o sheol (equivalente ao hades dos gregos) em compartimentos para os bons e para os maus, além de dar o nome de paraíso para o compartimento das almas boas. Uma palavra de sentido mais profundo era geena, que se referia a um lugar de chamas. A geena está vinculada ao vale de Hinom (pois esse é o significado desse nome, ‘vale de Hinom’), o moderno Wady Er-rababi a sudoeste de Jerusalém, e que era usado como lugar onde, no período do governo de certos reis, ofereciam-se sacrifícios humanos (incluindo a consumação de crianças no fogo, em honra ao deus Moloque). Mais tarde, esse lugar foi transformado em uma espécie de monturo da cidade, onde chamas eternas consumiam o lixo ali atirado. Por causa dessa circunstância, finalmente o lugar veio a tornar-se símbolo do juízo divino, o qual era concebido como um castigo mediante a ação das chamas.
Na Septuaginta o emprego da palavra ‘Hades’ é bastante amplo, porquanto pode ela significar tanto simplesmente a morte, sem qualquer pensamento especial sobre as condições que existem antes da morte (que parece ter sido o uso hebraico mais antigo do vocábulo, bem como no pensamento grego dos tempos mais remotos, quando não havia ainda surgido a idéia de almas imortais a residirem nesse lugar, mas quando muito, apenas —alguma forma— de fantasma vazio, que não retinha a inteligência e a memória do indivíduo ali parado), mas também pode significar o lugar dos espíritos desencarnados.
Os judeus calcularam que esse lugar estaria dividido em duas porções, uma para os ímpios e outra para os justos. Nesse caso, algumas vezes surge a idéia da existência de uma parede fina como papel entre essas duas porções. Isso significaria que embora não houvesse comunicação entre essas duas divisões, e embora não pudessem passar mensageiros de uma para outra parte, o que ocorria em um dos lados podia ser observado do outro.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Enciclopédia de Champlin, vol. 3 (transcrito na íntegra)