Rute gera um filho de Boaz, seu remidor.
Rute 4: 13-15
“Assim, tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele entrou a ela, e o SENHOR lhe deu conceição, e ela teve um filho. Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o SENHOR, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama, o teve, e ela te é melhor do que sete filhos.”
O que, às vezes, nos falta é a consciência de que uma história não se constrói da noite para o dia. Quando lemos histórias na Bíblia Sagrada (como a de Rute) temos a falsa sensação de que as coisas foram acontecendo como num ‘passe de mágica’, entretanto a história de Rute abrange, aproximadamente, uns 45 ou 50 anos do período dos Juízes que abrangeu cerca de 330 anos na história de Israel. E, embora seja praticamente impossível situar o livro de Rute dentro da narrativa do de Juízes é bem possível que as lembranças das antigas e recentes hostilidades não estivessem completamente apagadas, especialmente considerando-se a proibição permanente de Deuteronômio.
Em vista disso, a inclusão da história de Rute, a moabita, nas páginas das Escrituras dificilmente terá outra explicação senão a da providência de Deus, que evidencia sua graça e habilidade de operar na vida de qualquer pessoa e por meio dela, não importa quais sejam seus antecedentes.
A primeira menção do nome desta moabita encontra-se em seu casamento com um dos filhos de Elimeleque e Noemi. Dado o contexto cultural, é bem provável que tal matrimônio fora arranjado por Elimeleque antes de sua morte. O falecimento de Malom e Quiliom trágica e inesperadamente poucos anos depois da morte de Elimeleque foi uma circunstância crucial. Rute, sua sogra Noemi e sua cunhada Orfa ficaram sozinhas na mais completa miséria.
Quase tão grave quanto essa situação era o problema da viuvez e esterilidade de Rute (a esterilidade se dá no campo da interpretação especulativa, devido ao tempo que fora casada com Malom sem gerar filhos). A incapacidade para gerar filhos era considerada uma maldição divina em muitas culturas antigas. Além disso, a linhagem familiar não podia ser mantida sem filhos e a esterilidade diminuía drasticamente a possibilidade de um segundo casamento.
Deus trouxe grandes bênçãos através do sofrimento de Noemi, muito maior do que ‘sete filhos’ ou uma abundancia de herdeiros. Durante todas as suas dificuldades, confiou em Deus. E o Senhor, a seu tempo, a abençoou grandemente. Mesmo em meio as nossas tristezas e calamidades. Deus envia grandes bênçãos.
Para alguns, o livro de Rute provavelmente seja apenas uma historia agradável sobre uma viúva afortunada. Mas, na realidade, os acontecimentos registrados nele faziam parte dos preparativos de Deus para o nascimento de Davi e de Jesus, o Messias prometido.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Quem é Quem na Bíblia Sagrada, Paul Gardner