O combate à tendência judaizante por uma autoridade de origem judaica.
Filipenses 3: 4-6
“Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.”
Neste trecho da carta que Paulo escreveu aos crentes de Filipos, a primeira impressão que temos é de que ele está se gabando de suas realizações como fariseu, mas, na verdade, ele está fazendo o oposto quando mostra que as conquistas humanas, por mais surpreendentes que sejam, não podem levar uma pessoa a salvação e a vida eterna com Deus. Paulo tinha credenciais impressionantes: origem, nacionalidade, formação familiar, herança, ortodoxia na religião, atividade e moralidade. Ele havia sido um dos judeus mais religiosos de sua época, pois observava escrupulosamente as leis e perseguia sem tréguas os cristãos.
Antes de sua conversão, Paulo era mais zeloso pelas leis do que os próprios judaizantes. Havia ultrapassado seus contemporâneos na prática e no conhecimento religioso. Era sincero em seu zelo — mas de forma errada. Quando encontrou Jesus Cristo, sua vida mudou. A partir desse momento, começou a dirigir todas as suas energias para a edificação da Igreja cristã. Entretanto, sua conversão à fé em Cristo não estava baseada no que havia feito, mas na graça de Deus. Paulo não dependia de suas próprias obras para agradar a Deus, porque até as mais notáveis credenciais estão longe de se comparar aos santos padrões divinos.
Paulo pertencia a tribo de Benjamim, uma herança extremamente considerada pelos judeus. De sua tribo, havia nascido o primeiro rei de Israel, Saul. As tribos de Benjamim e Judá foram as duas únicas tribos a retornar a Israel depois do Exílio – “Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao SENHOR, Deus de Israel”. Paulo também era um fariseu, isto é, membro do uma devota seita judaica que escrupulosamente guardava suas próprias e inúmeras regras, além das leis de Moises. Ouvintes judeus certamente teriam ficado impressionados com essas suas duas credenciais.
A razão pela qual Paulo, um sincero e dedicado líder judeu, perseguia a Igreja era porque Paulo pensava, assim como os lideres dessa instituição religiosa, que o cristianismo era uma crença herética e blasfema. Como Jesus não atendia as expectativas que tinham em relação ao Messias, Paulo presumiu que suas afirmações eram falsas — e, portanto, iníquas. Alem disso, considerava o cristianismo uma ameaça política porque poderia romper a frágil harmonia entre os judeus e o governo de Roma.
Quando Paulo fala de “o que para mim era ganho“, está se referindo a suas credenciais, reputação e sucessos. Depois de mostrar que poderia vencer os judaizantes conforme as regras e padrões deles (pois demonstravam orgulho de sua identidade e realizações). Paulo mostrou que estavam errados. Temos que ter cuidado ao atribuirmos uma importância excessiva as realizações do passado, pois elas podem interferir em nosso relacionamento com Deus.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.