Três pessoas: Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo.
Efésios 4: 4-6
“… há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.”
A Trindade é um mistério. Entretanto, aceitar com convicção o que não é revelado nas Sagradas Escrituras, não nos torna irracionais. A glória ilimitada de Deus deve ser uma forma de nos conscientizar com respeito à nossa insignificância em contraste com aquEle que é ‘sublime e exaltado’. Nosso reconhecimento dos mistérios de Deus, especialmente da Trindade não exige que abandonemos a razão. Na Bíblia, de fato, há muitos mistérios, mas ‘o cristianismo, como ‘religião revelada’, centraliza-se na revelação e a revelação (segundo sua própria definição) torna manifesto em vez de ocultar.
O crente entende que a razão, em si mesma, se vê diante de uma pedra de tropeço quando confrontada pela natureza paradoxal da doutrina da Trindade, mas, como disse com toda propriedade Martinho Lutero – “posto que se baseie claramente nas Escrituras, a razão precisa conservar-se em silêncio sobre o assunto; devemos tão somente crer“. Assim o papel da razão é o de auxiliar, e nunca de dominar (atitude racionalista), a entender as Escrituras, especialmente no tocante à formulação da doutrina da Trindade.
Não estamos tentando explicar Deus, mas, sim, considerar as evidências históricas que estabelecem a identidade de Jesus como homem e também como Deus (em virtude dos seus atos milagrosos e do seu caráter divino) e, ainda, incorporar a verdade que Jesus tornou válida no que diz respeito ao seu relacionamento eterno com Deus Pai e com Deus Espírito Santo.
Segundo o autor do livro Teologia Sistemática Pentecostal, o termo ‘Pessoa’, empregado para definir as três identidades distintas da Trindade, em certo sentido é inadequado. O fato dos ‘pais’ da igreja evitarem o seu uso para identificar o Pai, o Filho e o Espírito Santo na Trindade foi por causa do vocábulo grego ‘prosopon’ significar ‘rosto, face, expressão’. ‘Pessoa’ é um termo menos técnico que ‘hipostasis’ ou ‘subsistentia’, usados para se referir as Pessoas da Trindade ou a Pessoa de Cristo. Seu equivalente (e não tradução) latino é ‘persona’, termo empregado por Tertuliano com o sentido de ‘mascara’. A conotação, no caso, era com as mascaras que os atores usavam para representar personagens no teatro grego.
A palavra ‘pessoa’ diz respeito a parte consciente do homem que pensa, decide e sente; constitui o caráter, a identidade e a individualidade. Por isso, não devemos confundir pessoa com homem. No caso deste, a sua pessoa é o seu “eu”. É até possível o uso alternativo de pessoa e homem como ser, individuo, sujeito, personalidade, identidade, caráter, mas isso nunca deve acontecer quando o assunto diz respeito às três Pessoas da Trindade.
No caso do Deus trino, é necessário haver restrição. Não são três seres, indivíduos ou sujeitos, e sim três identidades conscientes. A natureza de Deus é uma, enquanto as Pessoas divinas, três. A Trindade é a união de três identidades pessoais em um só Ser ou Individuo — trata-se, pois, de uma só existência ou essência.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD