O vinho é impróprio aos que presidem.
Provérbios 31: 4-5
“Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos.”
As inúmeras advertências que temos na Bíblia acerca das bebidas fortes, ou seja, as que contém álcool, mesmo que seja numa proporção insignificante, é pelo fato de que o primeiro gole, fora raríssimas exceções, será o limite de alguém. Um copo puxa outro copo que consequentemente puxa uma garrafa, que consequentemente puxa outras garrafas. Assim, forma-se um ciclo interminável.
Como escrevi no artigo anterior, nenhum personagem bíblico que fez uso excessivo do vinho, teve um final feliz na sua trama. Há de ficar bem compreendido que a palavra vinho no original hebraico, como bem explica o Dicionário Wycliffe, faz referência a onze palavras hebraicas diferentes no Antigo Testamento. A distinção exata entre todas elas, é difícil, e, certamente, impossível de se determinar agora. No entanto, a maior parte delas é usada apenas algumas vezes. O interesse maior liga-se a duas palavras do Antigo Testamento que são usadas diversas vezes: yayin (134 vezes) e tirosh (38 vezes). A contraparte do Novo Testamento é oinos (usada 33 vezes). O termo hebraico yayin “parece ser usado para descrever ‘todos os tipos de vinho” (Ne 5.18), desde o simples suco de uva, ou um xarope engrossado, até as bebidas alcoólicas mais fortes com as quais os israelitas estavam familiarizados, cujo uso frequentemente levava a cenas deploráveis de embriaguez”.
O termo hebraico tirosh é usado para o suco que acabou de ser extraído das uvas, e frequentemente traduzido como “vinho novo”. Certamente a palavra é usada aparentemente até mesmo para denotar o suco ainda não espremido das uvas (Is 65.8; Mq 6.15).
A sobriedade com a qual somos convidados a viver neste mundo, não pode ser vista como sendo apenas no sentido de moderação, temperança, recato ou discrição, ela se aplica, também, a maneira de viver sem nenhum grau de dependência de qualquer bebida alcóolica. É inadmissível que um líder de igreja ou algum obreiro faça uso, mesmo que “socialmente”, de bebidas alcóolicas. Nesta situação, aos que estão em eminência nas igrejas, está vetado tanto a conveniência quanto a licitude.
As advertências bíblicas não visam evitar, especificamente, que as pessoas se tornem viciadas, mas tem como objetivo principal evitar situações que possam conduzir a consequências desastrosas. Noé não se tornou um alcóolatra, porém em uma única vez em que ultrapassou os limites, foi o suficiente para provocar uma desordem na família. Ló, também, não viveu os restos dos seus dias de cara “cheia”, a única vez em que consentiu em passar dos limites, tornou-se o progenitor de uma linhagem de nações pagãs.
“As pessoas que estão bêbadas entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor e a vergonha, profanam a vida e envergonham o lar. Trazem desgraças, lágrimas, pobreza, separação e opróbrio à família. Buscam uma fuga para seus problemas no fundo de uma garrafa, mas o que encontram é apenas um substituto barato, falso, maldito e artificial para a verdadeira alegria”. (Hernandes D. Lopes)
Deus te abençoe.
Graça e Paz.