O voto de Jacó.
Gênesis 28: 20-21
“E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus;”
Quando analisamos o voto de Jacó, vendo o “se” como uma conjunção e interpretando de maneira literal o que está escrito, sem dúvida veremos o voto de Jacó declaradamente como um acordo, uma barganha. No entanto, alguns versículos antes desta declaração de Jacó, no sonho que lhe foi dado, foi o Senhor que lhe fez promessas antes que ele fizesse o voto, sendo assim, podemos substituir o “se” por “uma vez que” ou “já que” e, assim, podemos ver, claramente, que Jacó estava afirmando sua fé em Deus e não negociando com Ele.
Deus reafirmou a promessa feita a Abraão e acrescentou outra a Jacó: “E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.” Que coisa maravilhosa, não? Ouvirmos uma promessa com esse teor vindo de Deus. Imaginamos que Deus vai nos livrar de tudo quanto é problemas, dificuldades, intempéries e coisas afins. Imaginamos que nossa vida será um barco navegando de vento em popa nas calmarias dos oceanos deste mundo. Mas, não é bem assim.
Jacó tinha um passado obscuro que precisava ser reparado. Voltar no tempo e fazer tudo de novo da forma correta era impossível, fugir da presença do seu irmão era inútil, pois o peso na consciência o acusava o tempo todo, tentar reparar o erro era a atitude mais correta, ainda que seu irmão o perdoasse, seria da boca para fora, pois, as cicatrizes permaneceriam. Acredito que até o seu encontro pessoal com Deus, Jacó viveu com esse estigma, e agora ao ouvir a promessa que Deus lhe fez, renova seus ânimos e propõe em seu coração andar irrepreensível diante dEle.
Que Deus maravilhoso esse que a gente serve, não é? Pega nosso passado lança no mar do esquecimento e nos proporciona uma nova vida.
Não é bem assim. Nosso Deus, além de todos os atributos que conhecemos inerentes a Sua misericórdia, possui um atributo do qual nunca devemos nos esquecer – ELE É JUSTO. E, mesmo que nossa vida seja um padrão de irrepreensível diante dEle, Ele não fará vista grossa para nossos erros cometidos no passado.
Jacó sofreu as consequências de seus pecados. Em sua graça, Deus nos perdoa, mas, em seu justo juízo, providencia para que ceifemos aquilo que semeamos. Jacó havia enganado Isaque, mas seu sogro, Labão, mentiu para Jacó e logrou-o. Jacó usou um cabrito para enganar o pai, e os filhos de Jacó usaram um cabrito para enganá-lo. Durante os anos em que trabalhou para Labão, Jacó suportou muitas provações, tanto como pastor quanto como marido de quatro esposas e pai de muitos filhos.
Era sua fé nas promessas de Deus que o sustentava quando as coisas ficavam difíceis. Deus havia prometido estar com ele, e era disso que Jacó dependia.
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Comentário Bíblico Expositivo Antigo Testamento – Warren W. Wiersbe